PROSEANDO COM ROZANA
quinta-feira, 18 de julho de 2013
ISSO TAMBÉM SE CHAMA VIDA.
O TEMPO PASSOU E BUSCO EM MIM O QUE RESTOU.
NÃO SOU DE CHORAMINGOS INÚTEIS,
MAS MUITA COISA FOI FICANDO PARA TRÁS.
SINTO COMO SE TIVESSE UMA PELE ANTIGA,
QUE FOI SE DESFAZENDO AOS POUCOS.
E UMA NOVA PELE NASCE,
RASGANDO A CARNE SUAVEMENTE.
ESTAREI NO OUTONO DA VIDA?
O CORPO JÁ DÁ SUAS ORDENS,
ELE TORNA-SE SENHOR ABSOLUTO DE MIM.
IMPÕE LIMITES, RECLAMA DOS EXCESSO,
ALERTA PARA HORÁRIOS,
ROMPE A ROTINA COM RECADOS DA VIDA.
NÃO CHEGA A SER RUIM. NÃO!
APENAS ASSUSTA UM POUCO.
JÁ NÃO SOU QUEM SOU...OU FUI.
JÁ DESÇO ESCADAS OLHANDO DEGRAUS;
JÁ OLHO COMIDAS DESCONFIADA;
JÁ ME PREOCUPA O VELOCÍMETRO NAS ESTRADAS.
VAI CHEGANDO UM NOVO TEMPO;
UM TEMPO DE CUIDADOS SUAVES,
PARA CONTER O PRÓPRIO TEMPO.
MAS O QUE SURPREENDE,
SURPREENDE MESMO
É ESTAR NA RUA E PENSAR EM VOLTAR PARA CASA,
SENSAÇÃO DE QUE HÁ ALGUÉM PARA CHEGAR
OU A ESPERAR,
MAS A CASA ESTARÁ VAZIA E DOCEMENTE SILENCIOSA
O SILÊNCIO UM DIA TÃO DESEJADO,
MAS QUE AGORA GRITA.
CHEGO EM CASA .
METO A CHAVE NA PORTA E O SILÊNCIO ME DESCONFORTA.
OUÇO LATIDOS VINDOS DO PASSADO,
CRIANÇAS OU ADOLESCENTES FALANDO,
PEDINDO COISAS, RECLAMANDO....
SONS DE PANELAS CHIANDO NO FOGÃO
TALHERES TILINTANDO NUM DESCOMPASSO RITMADO
RISOS, CHOROS, VIDA...
A CASA SEMPRE ARRUMADA SURPREENDE
TUDO IMPECAVELMENTE CUIDADO,
CADA COISINHA EM SEU LUGAR.
CADA CANTO, GUARDANDO MEUS SEGREDOS
EM CADA COR, AS MINHAS ALEGRIAS
NO CHEIRO QUE EXALA, A MINHA HISTÓRIA
SÓ OS PÁSSAROS QUEBRAM O SILÊNCIO
EM BUSCA DA ÁGUA SEMPRE COLOCADA À SUA ESPERA.
HÁ EM TUDO O ENCANTO PRÓPRIO DA VIDA.
O SILÊNCIO DA CASA REPRESENTA A HISTÓRIA PASSANDO;
FILHAS VOANDO O SEU VOO,
CRIANDO A SUA HISTÓRIA,
CONSTRUINDO O SEU FUTURO;
ENCONTRANDO-SE EM SI MESMAS.
MARCANDO AS AREIAS DA VIDA COM SUAS PRÓPRIAS PEGADAS
E ISSO TAMBÉM SE CHAMA VIDA.
EU
De repente, o apelo da poesia...novamente ela quer nascer de mim. Uma vontade louca de buscar palavras, encontrar formas de dizer coisas. As metáforas ficam em agonia. Parece que vão saltar de mim a qualquer momento e dizer coisas doidas, lindas, plenas. Há tantos sinônimos, querendo sair! Há sentimentos ansiosos por um lugar nas minhas letras, nos meus devaneios. Vou sucumbir aos apelos que vêm loucamente para poder gritar para o mundo tanto amor guardado. Um amor que decifra dores, acalma sonhos, contempla sorrisos, abraça pessoas e ama, e ama, e ama...simplesmente. E nasce a poesia!
EU -
EU -
domingo, 19 de maio de 2013
UM BRINDE À POESIA
Amo a poesia. E como amo!
Não a poesia trancafiada em livros,
Imposta pelo sistema,
Que ousa querer traduzir a alma do poeta.
O poeta não se traduz.
O poeta apenas empresta seu dom de escrever.
Ele abre o caminho para que as palavras façam dança suave numa folha de papel.
Estudar rimas e verso...para quê?
Não a quero saber, nem entender;
Poesia é para sentir...
A poesia vem de repente, num sopro,
Numa canção, num cheiro que nos leva a lugares idos e não mais vividos.
A poesia vem de uma lágrima,
De uma emoção...
Amo a poesia que está na vida.
No choro de uma criança ao nascer,
No momento em que a lagarta sai da crosta para tornar-se borboleta,
No momento em que a águia troca de penas para tornar-se mais forte,
Na solidariedade dos que dividem o pouco que têm,
No amor que faz gemer e arranca suspiros doces,
Na primeira noite de um homem, quando existe amor,
Na entrega de uma mulher quando oferece generosamente seu recato.
No sorriso de uma mãe quando, depois de intensa dor, dá à luz, um novo ser.
No sorriso da felicidade ao se lograr uma vitória.
Amo a poesia que impõe o seu momento de nascer.
Que nos acorda na calada da noite e diz: “Levanta! Quero nascer!
E conduz o poeta, sussurrando-lhe segredos,
Impondo ideias que se espalham numa folha de papel.
Amo a poesia que vejo no olhar do que teme.
Naquele momento, ele se faz humano na mais pura essência.
Amo a poesia que existe na solidariedade do amigo,
Na amizade sincera e incondicional.
Amo a poesia que não quer a mídia,
Mas sim dominar o coração dos sensíveis,
Dos puros de alma.
Amo a poesia porque ela se perpetua sempre,
Enquanto houver a quem encantar.
E viva a poesia!
TIN* TIN*!
Rozana Pires
Maio/2013
sábado, 18 de maio de 2013
A INTRUSA - UM CONTO
Seus corpos se debatiam num só suspiro de amor e puro
prazer. Impossível conter os sussurros arrancados
da alma. Seus corpos molhados despejavam a mais pura cumplicidade. Ali era o
seu lugar. Nada havia que pudesse impedi-los de se possuírem naquela noite
calma de outono. Quem os deteria? E...por que o fariam? Não havia pecado, mas
amor; não havia medos, mas ousadia; não havia ressentimentos, só entrega. E
assim ficaram, a ornar a noite escura, na sua cama, no seu quarto, entre
suspiros e gemidos loucos até o dia quase amanhecer. E depois do gozo, o último
grito exalando cansaço e satisfação.
De repente, um comentário solto, cruel e intruso, sem
dúvidas, invadiu aquele quarto ainda
imerso em alegrias mal contidas. De um salto, ela se pôs de pé. Ouvira bem? Era
possível? A quem aquela voz se dirigia?
Quem era a “vagabunda” à qual se referia? De onde vinham a gratuitas ofensas?
Acenderam a luz. Uma sombra mal disfarçada, escutava, fortuitamente, seus
gritos abafados. Alguém que, com certeza, não conseguia dormir e, por certo,
sentiu-se incomodada com o seu desvario.
Sentiu vergonha. Puxou a coberta e protegeu-se como se tivesse cometido um pecado. Seu corpo tremia,
mas não mais de prazer. Havia uma vergonha incontrolável em si. Perguntava-se
porque, mas não saberia responder. Que pecado cometera em amar o marido com a
mesma intensidade de quando tinha ainda o viço dos 20? Levantou-se devagar,
contendo as lágrimas acanhadas. Nada
continha sua vergonha. Fora “descoberta” em pleno gozo do pecado, alguém
escutara seus suspiros de amor e prazer. Não poderia haver ali espaço para
ninguém. Deixou-se mergulhar num longo
banho morno, confortada pelo companheiro sempre presente. Foi-se acalmando
devagar...
O sono a abandonara. Sabia que no dia seguinte seria alvo de
chacotas e maledicências. Teria que suportar olhares intrusos, comentários
loucos, talvez até um mais ousado lhe pedisse uma chance também. Não suportava
imaginar tais interpelações. Queria, simplesmente, sumir dali. O marido, já
exausto àquela altura já desistira de convencê-la do óbvio: eram um casal,
pagavam suas contas, não tinham que dar satisfação e, como todo homem, ignorou o fato e dormiu.
Ela ainda arquitetava como olharia para a vizinha intrusa e
pouco discreta que, com certeza, espalharia a notícia bombástica: “a vizinha do
302 transava com o marido aos gritos. Um horror!”. O que faria então, quando o
sol voltasse? Vestiria que roupa? Como reagiria diante das investidas maldosas.
Se estivesse apanhando do marido, se houvesse uma forte discussão quando
verdades ocultas estivessem sendo reveladas, seria mais fácil! As vizinhas
seriam solidárias na sua dor, mas não! Aquela senhora ( e talvez outras!) fora
despertada pelos seus gemidos de amor e
um amor assim escancarado, ousado, livre e real ninguém suporta. Ouvir alguém
brigando é mais fácil, os corações se apiedam, fazem - se solidários, mas se há
gritos de amor, é uma indecência,
ousadia, pecado! Isso poucos suportam.
As horas foram passando e não conseguia conciliar o sono. O
peso da vergonha era enorme. Vergonha. Essa palavra a corroia. Vivia num mundo
onde fazer amor incomoda, mas uma briga de casal encanta. Talvez porque seja
mais fácil contemplar a dor do outro como forma de esquecer as suas próprias.
“A outra é mais infeliz que eu. Coitada!”- “Viu? O marido bate nela! Coitada!”-
. E o que diriam dela? “Já tem filhos adultos, casados e ainda faz amor com seu
homem , e aos gritos! Vagabunda!” Como
assim...vagabunda?! Levantou-se, contemplou-se no espelho. Viu uma mulher
madura, com pingos brancos que eram escondidos semanalmente, um corpo já desajeitado
pelo tempo, mas ainda capaz de amar e muito amada. Como assim: Vagabunda?! Ela
estava acordada, amando intensa e loucamente o seu homem, a quem jurou amor
eterno. Voltou para a cama. Adormeceu.
O dia amanheceu chuvoso, meio frio. Ele já estava de pé.
Como sempre, cuidava do café da manhã. Ela se arrumava com esmero e cuidado.
Pusera um vestido que a deixava mais jovial, com flores leves e um tanto
decotado para o dia, mas coerente com seu estado de alma. Sentaram-se em silêncio, comentaram
sobre o dia que chegava. Saíram, como sempre, de mãos dadas.
Do lado de fora, na janela, com olhar duro e maldoso, a
intrusa os olhava imperativa. Sua revolta quase gritava tanto quanto os seus
gritos de amor da noite anterior. Ela
parou. Olhou-a suavemente. Houve, por um breve momento entre os olhares um duelo silencioso. Ela já
não conseguia sentir vergonha. Não poderia se envergonhar por ainda ser tão
amada. Sorriu jovialmente, entrou no carro e se foi para mais um dia de
trabalho. O dia amanheceu em paz.
Rozana Pires
18/05/2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
FICO PENSANDO SOBRE O QUE FAZ A JUSTIÇA NO BRASIL ESPERAR TANTO PARA TOMAR CERTAS PROVIDÊNCIAS. POR QUE AINDA NÃO DIMINUIU MAIORIDADE PENAL? ESTÁ ESPERANDO QUE MORRAM MAIS QTOS?
ESTOU FARTA (esta é a palavra) DE VER FAMÍLIAS DESTROÇADAS POR CONTA DA AÇÃO DE PESSOAS (RECUSO-ME A TRATÁ-LOS COMO “MENORES”) QUE SE ESCONDEM ATRÁS DE UM ESTATUTO QUE SÓ OS BENEFICIA E DESPROTEGE A SOCIEDADE QUE TRABALHA DURO, LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA, ACORDA PELA MANHÃ COM FÉ E DESEJO DE CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR. ELES SÃO RECRUTADOS PELO CRIME ORGANIZADO, TORNAM-SE OS 'PODEROSOS", COM ARMA NA MÃO, CRACK NA CABEÇA E MUITO ÓDIO DE CADA UM DE NÓS, QUE FICAMOS COM O DISCURSO POLITICAMENTE CORRETO DE QUE TUDO SE RESOLVE COM MEDIDAS QUE, PARA ELES, NÃO PASSAM DE BISCOITINHOS RECHEADOS. NÃO SE PODE MAIS ASSISTIR À ENGORDA DESSAS CRIATURAS QUE ESTÃO MUITO LONGE DE SEREM “NENORES”. SÃO ADULTOS SIM. MATAM, ESTUPRAM, TORTURAM, ENVERGONHAM NOSSA IMAGEM LÁ FORA, DESTROEM FAMÍLIAS E NADA, NADA, NADA ACONTECE DE CONCRETO.
PERGUNTEM AOS PAIS DO GAROTO MORTO EM SÃO PAULO, AOS PAIS DA JOVEM ESTUPRADA POR 6H, AO NAMORADO DELA, TORTURADO, À MÃE QUE PERDEU SEU FILHO NO COLO,À DENTISTA MORTA BRUTALMENTE O QUE PENSAM SOBRE O ESTATUTO DO MENOR E DO ADOLESCENTE. CREIO QUE, COMO EU, ELES TODOS CUSPIRIAM NELE. CHEGA!
PRECISAMOS DE AÇÕES CONCRETAS. URGENTES E SÉRIAS. ESTA LEI QUE OS PROTEGE TANTO ESTÁ ALIMENTANDO AS BESTAS FERAS QUE SE FORMAM NA UNIVERSIDADE DO CRIME PARA NOS INTIMIDAR. HOUVE UM TEMPO EM QUE AS NOSSAS CRIANÇAS TEMIAM O OLHAR DE UM ADULTO, VIAM NOS PAIS A AUTORIDADE MÁXIMA EM SUAS VIDAS. HOJE, ELAS DEBOCHAM DE NÓS, POBRES “COROAS” QUE NADA PODEMOS FAZER CONTRA ELAS. ENFRENTAM PAIS, PROFESSORES, A PRÓPRIA LEI. E O QUE FAZEMOS NÓS? NADA!
NÃO QUERO FICAR IMAGINANDO UM ALUNO MEU, UM NETO, UM PARENTE MORRENDO CRUELMENTE POR DECISÃO DE UM “MENOR” QUE SURGE DAS PROFUNDEZAS, POR SABER QUE NADA LHES ACONTECERÁ. ESSES “GAROTINHOS” DECIDEM, COMO UM DEUS, OS NOSSOS DESTINOS. CHEGA!!!!
PRECISAMOS FAZER ALGO! NOS MOBILIZAR! CRIAR UMA FORMA DE CONTESTAR, DE GRITAR NOSSA INDIGNAÇÃO. DE EXIGIR MEDIDAS JÁ! DURAS, QUE ELES TEMAM. QUE ELES SAIBAM QUE, SE MATAREM, NÃO FICARÃO “DETIDOS” APENAS POR 2, 3 ANOS, MAS ALGO QUE SIRVA DE EXEMPLO PARA TODOS.
É HORA DE NOS MOVIMENTARMOS, GENTE! TODOS ESTAMOS SUJEITOS A ISSO! PRECISAMOS FAZER CAMPANHAS, ALUNOS PRECISAM SAIR DO SEU CONFORTO E PEDIR MEDIDAS ATRAVÉS DOS SEUS GRÊMIOS, DOS SEUS PROFESSORES, PRECISAMOS PARAR ESTE PAÍS, MERDA!!!! CHEGA DE FICARMOS ENCASTELADOS, ASSISTINDO A ESSE HORROR QUE DESFILA ANTE NOSSO OLHAR.
NUNCA PEDI ISSO, MAS, PELO MENOS, SE VC CONCORDA COMIGO, COMPARTILHE! VAMOS SER SOLIDÁRIOS, PARA NÃO SERMOS VÍTIMAS NO FUTURO. SE ELES PODEM VOTAR AOS 16, PORQUE NÃO PODEM PAGAR PELO QUE FAZEM ? Ah!!! Claro! ELES VOTAM!!!! TÁ BOM....
HOJE FOI ESSA MÃE, AMANHÃ.........
VAMOS PENSAR, GENTE!!! VAMOS EXIGIR! NÓS SOMOS O PODER!
domingo, 28 de abril de 2013
CHUVA DE OUTONO
Adoro qdo ouço o barulho da chuva caindo, um
friozinho gostoso batendo nas pernas, uma caminha macia e cheirosa me
acolhendo. Sinto nisso a vida se reinventando, nos obrigando a parar para
sentir o que há em nós de verdade.
Sinto o cheiro de asfalto molhado e a quietude de uma tarde como as velhas tarde de domingo; "velhos tempos, belos dias"...
Bom demais poder parar um pouco e voltar ao passado, que me leva para onde gostaria de estar, ainda que por alguns segundos.
A chuva me traz as lembranças das minhas amadas, correndo pelo casa em sussurros desajeitados, para me esconder segredos que faziam a cumplicidade delas.
A chuva me traz meu pai, minha mãe,
A chuva me traz a infância pobre, mas cheia de histórias que se perpetuam em mim.
A chuva me traz a solidão gostosa de me fazer cúmplice de mim mesma e ser feliz.
Chuva, chove suave!
Deite falação na rua,
Levante saudades,
Me embale num soninho com gosto de domingo de tarde.
Sinto o cheiro de asfalto molhado e a quietude de uma tarde como as velhas tarde de domingo; "velhos tempos, belos dias"...
Bom demais poder parar um pouco e voltar ao passado, que me leva para onde gostaria de estar, ainda que por alguns segundos.
A chuva me traz as lembranças das minhas amadas, correndo pelo casa em sussurros desajeitados, para me esconder segredos que faziam a cumplicidade delas.
A chuva me traz meu pai, minha mãe,
A chuva me traz a infância pobre, mas cheia de histórias que se perpetuam em mim.
A chuva me traz a solidão gostosa de me fazer cúmplice de mim mesma e ser feliz.
Chuva, chove suave!
Deite falação na rua,
Levante saudades,
Me embale num soninho com gosto de domingo de tarde.
Quem Tem Medo da Internet?
Há, pelo que percebo,
no inconsciente coletivo, a falsa ideia de que a internet veio nos trazer a
destruição, o medo, a mentira. Ouço sorrindo alguns discurso inflamados sobre
como devemos nos “armar”, como educadores, para nos protegermos dela. O medo,
às vezes, emburrece, embota a clareza das nossas ideias. Não creio que seja
essa a questão: combater a
internet. Necessitamos, sim, de que ela
se torne nossa aliada no combate à falta de ética e na formação de um novo
cidadão. Alguém capaz , consciente e criativo.
Não há dúvidas de que o novo sempre assusta, por nos fazer ver que vivemos à mercê da
tecnologia e essa nos surpreende quase que diariamente, mas aí está a questão.
A nossa covardia nos impele a querer combater, quando deveríamos procurar entender.
A internet não tem vida própria e isso é óbvio. Há quem a manipule e, como no
mundo real, precisamos estar atentos ao “quem” e não ao “que”.
Há ali um mundo de
magia, onde a interação entre homem e máquina parece não existir, mas existe e
precisa ser cuidada. Pronto. Quem pode fazê-lo, então? O professor. Esse serzinho
já tão desgastado pelos novos tempos, mas que ainda detém a força da palavra.
Logicamente que me refiro ao professor que ama a sua profissão, àquele que
cuida, aconselha, busca entender, especializa-se. Àquele a quem muitos ainda
entregam seus filhos à espera de que a vida lhes seja descortinada através
dele. Não me refiro ao professor que se traveste de artista, mas àquele que faz pensar, que forma, que conduz, que
mostra o mundo através da leitura. Daquele que encanta pela força da verdade no
que diz; que se faz respeitar pela transparência no olhar; que revela paixão a
cada encontro. Que não repete velhas piadas,
já tão batidas, mas que prova que o novo surge a cada dia, a cada momento; em cada
livro que se lê, em cada aula que dá. Como é gratificante saber que ainda
existem esses “velhos” “fazedores de
gente”. Os que não se intimidam diante da internet, porque sabem que ela veio a seu serviço e eles, jamais, serão
um seu escravo .
Como é doce saber que ainda há o professor que percebe num
olhar a dor, o medo, a ansiedade. Que busca fazer entender, Que não vai ser deletado, nem vai “dar pau”. Aquele que sempre
estará ali, sem precisar de um back-up para
funcionar direito. Com o tempo, a internet desgasta; o professor fica melhor, mas
se for uma amante do seu fazer diário.
A internet tem a força do novo, o professor , a força da
experiência; a internet mostra, o professor faz experimentar; a internet
informa, o professor forma; a internet encobre verdades, o professor desvenda a
vida; a internet faz nascer relações, o professor ensina como conservá-las.
Nada, então, pelo que se vê, pode superar, ou mesmo destruir, as relações
interpessoais. Ainda há , nos encontros
reais, uma magia louca, que põe a
química do corpo em estado de alerta. Isso é vida!
Portanto, não há
necessidade de se ficar temendo uma máquina. Quem está do outro lado dela é um
ser humano também. A magia da internet existe para ser cúmplice da história e
nos impulsionar para um novo tempo. Tempo de viver coisas maravilhosas, de
encantar pela imagem. Mas o homem jamais prescindirá do afeto, do olhar, de um
beijo quente, numa boca doce, do tocar, de um abraço que mata saudades, E ali
estará sempre o professor.
Profª Rozana Pires
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