domingo, 28 de abril de 2013

Quem Tem Medo da Internet?




Há,  pelo que percebo, no inconsciente coletivo, a falsa ideia de que a internet veio nos trazer a destruição, o medo, a mentira. Ouço sorrindo alguns discurso inflamados sobre como devemos nos “armar”, como educadores, para nos protegermos dela. O medo, às vezes, emburrece, embota a clareza das nossas ideias. Não creio que seja essa a questão:  combater a internet.  Necessitamos, sim, de que ela se torne nossa aliada no combate à falta de ética e na formação de um novo cidadão. Alguém capaz , consciente e criativo.

Não há dúvidas de que o novo sempre assusta,  por nos fazer ver que vivemos à mercê da tecnologia e essa nos surpreende quase que diariamente, mas aí está a questão. A nossa covardia nos impele a querer combater, quando deveríamos procurar entender. A internet não tem vida própria e isso é óbvio. Há quem a manipule e, como no mundo real, precisamos estar atentos ao “quem” e não ao “que”.

 Há ali um mundo de magia, onde a interação entre homem e máquina parece não existir, mas existe e precisa ser cuidada. Pronto. Quem pode fazê-lo, então?  O professor.  Esse serzinho já tão desgastado pelos novos tempos, mas que ainda detém a força da palavra. Logicamente que me refiro ao professor que ama a sua profissão, àquele que cuida, aconselha, busca entender, especializa-se. Àquele a quem muitos ainda entregam seus filhos à espera de que a vida lhes seja descortinada através dele. Não me refiro ao professor que se traveste de artista, mas àquele que faz pensar, que forma, que conduz, que mostra o mundo através da leitura. Daquele que encanta pela força da verdade no que diz; que se faz respeitar pela transparência no olhar; que revela paixão a cada encontro. Que  não repete velhas piadas, já tão batidas, mas que prova que o novo  surge a cada dia, a cada momento; em cada livro que se lê, em cada aula que dá. Como é gratificante saber que ainda existem esses “velhos” “fazedores de gente”. Os que não se intimidam diante da internet, porque sabem  que ela veio a seu serviço e eles, jamais, serão  um seu escravo .

Como é doce saber que ainda há o professor que percebe num olhar a dor, o medo, a ansiedade. Que busca fazer entender, Que não vai ser deletado, nem vai “dar pau”. Aquele que sempre estará ali, sem precisar de um back-up para funcionar direito. Com o tempo, a internet desgasta; o professor fica melhor, mas se for uma amante do seu fazer diário.

A internet tem a força do novo, o professor , a força da experiência; a internet mostra, o professor faz experimentar; a internet informa, o professor forma; a internet encobre verdades, o professor desvenda a vida; a internet faz nascer relações, o professor ensina como conservá-las. Nada, então, pelo que se vê, pode superar, ou mesmo destruir, as relações interpessoais.  Ainda há , nos encontros reais, uma magia louca,  que põe a química do corpo em estado de alerta. Isso é vida!

 Portanto, não há necessidade de se ficar temendo uma máquina. Quem está do outro lado dela é um ser humano também. A magia da internet existe para ser cúmplice da história e nos impulsionar para um novo tempo. Tempo de viver coisas maravilhosas, de encantar pela imagem. Mas o homem jamais prescindirá do afeto, do olhar, de um beijo quente, numa boca doce, do tocar, de um abraço que mata saudades, E ali estará sempre  o professor.
                    Profª  Rozana Pires

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