sábado, 17 de julho de 2010

VEM AÍ...A COPA 2014...

Tive a oportunidade de assistir ao filme institucional da Copa do Brasil, em 2014: O Apito. Um comercial lindíssimos a que poucos assistiram. Algumas pessoas, no entanto, costumam aproveitar-se da criação do outro para fazerem a sua "revolução" particular. Isso também é normal por aqui. Por essa razão, escrevo, respondendo a todos os que criticam o referido vídeo, por acharem que seja "...uma grande mentira, na medida em que não retratar a realidade do país..." o seguinte:

Li alguns comentários e, como também sou da década de 70 e participei de passeatas, grêmios e corri muito de polícia, devo ressaltar que a arte tem que estar acima de tudo. O que está em jogo é a criação ali apresentada. Se vamos fazer política, se vamos combater a violência, se vamos pôr fim a uma politicagem barata, então...VAMOS! Mas não é criticando a Copa que virá, que já é uma realidade, que iremos mudar a ordem infeliz das coisas. Bem...a propaganda não reflete a realidade,eu sei, mas pergunto: quem iria criar um comercial de um produto, mostrando a banda podre, mostrando o lado sombrio e nefasto? Não vende, companheiros!!!! Se achamos que não é por aí, quem é da década de 60, 70, sabe qual é o caminho. E o caminho NÃO é ficar indo contra este ou aquele comercial, mas é ir à luta!!! Como? Votando certo, indo às ruas, abraçando causas, enfim...participando, no real, mas não comodamente, só criticando, achando ruim, querendo que nada disso esteja acontecendo, tentando revolucionar ou conscientizar APENAS no virtual. De que adianta, apenas, tentar macular ou embaçar a criação do outro e NADA fazer de concreto para tentar mudar as coisas? Será que os que criticam o comercial podem impedir que a Copa aconteça ou mesmo podem tirar o comercial do ar só por achar que ele está "fantasioso"? Será que esses "revolucionários" têm consciência do que isso irá gerar em termos de trabalho informal? De quantos irão ganhar? Ah!!! A elite vai se beneficiar!!! Claro!!!! E daí?!!! Mas o cara lá, que vai colocar a sua barraquinha na calçada e vender, também!!! Que tal vocês tirarem proveito (De forma ética!!!) e pensar em fazer algo? A ordem agora é a COPA de 2014, mas não se esqueçam: vêm eleições por aí! Busquem informações sobre seus candidatos, conheçam-nos. Use o tempo que tiverem, não para ficar colocando defeito no trabalho alheio, mas para ter um voto, realmente, consciente. Quem sabe, pondo os fichas-sujas para fora do Senado, Planalto, enfim...não tenhamos, um dia, um comercial mais verdadeiro? Aí a Copa nem precisará ser aqui! Vamos tentar o Hexa!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

SOBRE A JUVENTUDE

Educadores de todo o país (talvez do mundo!) têm buscado respostas ou mesmo tentado entender o que se passa com a família moderna. O que mudou, porque e quando, exatamente. Essa busca tem, sem dúvidas, uma razão de ser: entender o jovem do novo séc. Não são menos interessantes do que os do meu tempo, tampouco são menos inteligentes, ou menos atraentes. Ainda sonham, criam expectativas, brincam, riem...No entanto, em meio a variadas formas de adquirir conhecimentos, quedam-se inertes diante da vida. Talvez tenham informações demais, saibam demais. Mas o fato é que não aprofundam nada. As informações chegam rápido, eficientes nas suas molduras, mas ficam por aí.
Há um estranho consenso entre os jovens do mundo moderno e, como se fosse um pacto, como se combinassem, de alguma forma, eis que surgem quatro, digamos, “jargões” que parecem ser algo orquestrado. São eles: “sei lá.”, “pelo menos”, “por mim” e, o pior de todos: “é assim mesmo”. O “sei lá” Infere total despreparo para a vida e suas armadilhas e eles usam a expressão como se fosse algo natural. Não saber talvez seja cômodo, não dói. Quem você acha que deva ser o nosso novo presidente? “Sei lá...”. Que dia é a apresentação do trabalho? “Sei lá!”. O “pelo menos” beira à mediocridade na existência. Um conformismo triste de quem já se vê como perdedor. Se tira nota baixa: “Pelo menos não fui eu sozinho...”; se tira uma nota 4,0, “...pelo menos não foi 3,0...!. O “por mim” já é o cúmulo da indiferença: Uma criança foi baleada enquanto brincava na laje da sua casa. ..“Por mim!...”. Sua mãe foi chamada ao Colégio. .. “Por mim!”...
Mas, pior, pior mesmo é ouvir um “É assim mesmo”! Nossa! A rua está imunda, um homem está fazendo xixi no poste, o cara está ouvindo seu som nas alturas depois das 10, um cara está espancando a mulher, uma criança foi estuprada pelo pai, um jovem foi morto por causa de um celular, o oceano está morrendo com o vazamento assassino, um delegado, aos 35 anos, morre quando dava uma entrevista, um menino de 2 anos fuma cigarros, uma criança de 12 anos porta uma arma...... “É assim mesmo!”. Enquanto isso, como educadora, vou tentando mostrar que a vida pode ser diferente, o mundo pode ser diferente, porque: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Mas está difícil. A hora não chega. Será que chegará? “Sei lá!”. E se não chegar? “Por mim!”. E se chegar tarde demais? “Pelo menos já aproveitei meu Carnaval.” E se não chegar nunca? Ah...deixa pra lá, é assim mesmo...”